quarta-feira, 23 de junho de 2010

MÚSCULOS ARTIFICIAIS


Pesquisadores da Universidade de British Columbia, no Canadá, transformaram proteínas artificiais em um novo biomaterial sólido que imita muito a elasticidade dos músculos humanos. A técnica, detalhada na última edição da revista Nature, abre novos caminhos para a fabricação de biomateriais sintéticos com aplicações medicinais, na chamada engenharia de tecidos, e em ciências dos materiais.
"Há evidentes implicações de longo prazo para os engenheiros de tecidos," afirma Hongbin Li, químico e coautor da pesquisa. "Mas em um nível fundamental, verificamos que as propriedades mecânicas das proteínas individuais que compõem este biomaterial podem ser traduzidas em propriedades mecânicas úteis em escala macro.

Titina
Li e seu colega John Gosline sintetizaram proteínas artificiais para imitar a estrutura molecular da titina.
A titina - também conhecida como conectina - é uma proteína gigante que desempenha um papel vital na elasticidade passiva dos músculos.
A versão sintética, que se assemelha a um colar de pérolas, é aproximadamente 100 vezes menor do que a titina. O material resultante, semelhante à borracha, apresenta alta resiliência sob baixa tensão e alta resistência sob alta tensão - características que compõem as propriedades elásticas dos músculos.

Propriedade dos músculos
"A marca registrada dessas proteínas parecidas com a titina é que elas se desdobram sob a ação de uma força de alongamento, para dissipar a energia e evitar danos aos tecidos por excesso de alongamento," aplica Gosline. "Nós fomos capazes de replicar uma das características mais exclusivas apresentadas pelos tecidos musculares, mas não todas elas."
As propriedades mecânicas desses biomateriais podem ser ajustadas, permitindo o desenvolvimento de biomateriais que apresentam uma grande variedade de propriedades úteis - inclusive simulando diferentes tipos de músculos.
O material também é totalmente hidratado e biodegradável.
Fonte:FitnessBrasil

sábado, 19 de junho de 2010

PROPRIOCEPÇÃO: POR QUE ESTÁ TÃO PRESENTE NO PILATES?


Os receptores sensoriais pertencem ao sistema sensorial somático, o qual levam informações do ambiente externo e algum estado interno ao SNC. Estão relacionados com os sentidos como a visão, olfato, gustação, audição, tato. De acordo com a localização anatômica, podem ser interceptor, exterceptor ou proprioceptor. Este último, relacionado à propriocepção, reflexo de locomoção e postural.
Os proprioceptores estão nos músculos, aponeuroses, tendões, ligamentos, articulações e no labirinto, podendo gerar impulsos nervosos conscientes ou inconscientes. Os impulsos conscientes são responsáveis pelo sentido da posição e do movimento (cinestesia). Vão ao córtex cerebral possibiltando que, ainda de sem a função da visão, se dê a percepção corporal (posição, localização e orientação espacial), da ação muscular e da força, bem como dos movi­mentos das articulações. Já os impulsos nervosos proprioceptivos inconscientes regulam a atividade muscular pelo reflexo miotático ou pelos centros relacionados com a ação motora.
A propriocepção acontece pela presença de receptores específicos que captam informações do meio externo relacionado ao corpo e enviam ao SNC, na medula espinal, em forma de potencial de ação, através das fibras nervosas aferentes. Assim, é possível determinar respostas adequadas ao estímulo, como por exemplo, o ajuste da posição do corpo em uma superfície, equilíbrio entre músculos agonistas e antagonistas.
Os receptores podem ser musculares, articulares ou tendinosos. Esses, detectam alterações dos ângulos e trações articulares, velocidade de movimento das articulações, contração muscular, força da contração muscular.
Relacionados com os fusos neuromusculares, os receptores musculares são responsáveis pelo comprimento da fibra muscular no repouso (postura) e durante o movimento. Captam as alterações no comprimento das fibras musculares extrafusais conduzindo as informações ao SNC para a produção de reflexos que regulam as contrações musculares inerentes às atividades motoras em questão. Quando as fibras musculares intrafusais são modificadas, suas terminações nervosas anuloespirais são ativadas, conduzindo a informação às fibras nervosas aferentes que por sua vez se comunicam com os neurônios motores do corno anterior da medula, para então transmitir à área somestésica e retornar com as fibras nervosas eferentes. Então, o estímulo é levado às fibras extrafusais pelas placas motoras, que finalmente se contraem, dando-se o reflexo miotátíco.


Os receptores articulares estão nas cápsulas e ligamentos das articulações (corpúsculos de Ruffini e Pacin), podendo ser do tipo I, II, III ou IV. Situado dentro da cápsula articular, os receptores do tipo I detectam alterações na posição, movimentos e pressão intra-articular de forma estática ou dinâmica, com uma adaptação lenta. Já os do tipo II têm adaptação rápida, estão na cápsula articular e informam a velocidade do movimento, porém sem atividade quando em repouso. E estimulado por estímulos mecânicos rápidos e repetitivos. Os receprores articulares do tipo III estão nos ligamentos a fim de detectar a posição articular. Possui uma adaptação mais vagarosa, e por se tratar de um mecanoreceptor dinâmico, pode ser estimulado por movimentos externos ativos ou passivos. Os do tipo IV também estão nas cápsulas das articulações e têm adaptação lenta. São responsáveis pelas informações de dor nas regiões articulares quando ativados por deformações mecânicas.
Os receptores tendinosos estão no órgão tendinoso de Golgi, dentro dos tendões, próximo ao ponto de fixação músculo-osso. Tais receptores são estimulados quando há tração sobre os tendões pela contração muscular, indicando o nivel de força exercida, a fim de evitar lesões. Assim, neste caso, se dá o reflexo miotático inverso, ou seja, ocorre a limitação da força desenvolvida pelo músculo em contração. Para tal, os motoneurônios deste devem ser inibidos pelos interneurônios inibitórios, os quais são estimulados pelos impulsos aferentes que chegam à medula.

Ainda, é importante ressaltar que o sistema vestibular - labirinto - também é sensível às mudanças de posição da cabeça - movimentos no sentido vertical ou horizontal, além de identificar a posição espacial do corpo.

Muitas aferências somestésicas do corpo chega ao tálamo e vai ao córtex somestésico primário, onde há um "mapa" do corpo denominado de homúnculo sensorial. Tal representação depende da quantidade de receptores distribuídos em cada parte do corpo, determinando regiões do corpo que terão maior sensibilidade e maior precisão para identificar o estimulo. Entretanto, o mapa somático cortical apresenta plasticidade de uso e desuso, conforme o estímulo determinado a cada parte do corpo. Assim, podemos treinar o SNC a fim de que as respostas motoras ao posicionamento corporal sejam potencializadas.

Devido a essa importância é que falamos e utilizamos tanto a propriocepção nas nossas aulas de Pilates. Nas aulas observamos inúmeros exercícios que envolvem, por exemplo, superfícies instáveis, a fim de proporcionar ao cérebro oportunidades para avaliar a orientação no espaço, desenvolvendo e treinando a consciência corporal, válido ao aluno lesado ou não. Em casos de lesões relacionados a músculos, aponeuroses, tendões, ligamentos, articulações e labirinto, os proprioceptores também sofrem danos, resultando em um déficit na capacidade proprioceptiva. Se tais receptores não forem estimulados pode haver uma reincidencia de lesão, além de prejudicar o desempenho físico.

sábado, 5 de junho de 2010

5 DE JUNHO: DIA MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE


Esse ano a Organização das Nações Unidas declarou o Ano Internacional da Biodiversidade. Oportunidade para enfatizar a importância da biodiversidade para o bem-estar humano. Trata-se de nossas conquistas para proteger e estimular a multiplicação dos nossos esforços para reduzir a taxa de perdas da biodiversidade.


A variedade de vidas do nosso planeta - conhecida como "biodiversidade" - nos fornece alimentos, vestuário, combustível, remédios e muito, muito mais. Você pode até achar que aquele besouro do seu quintal ou a grama que cresce na rua não tem nenhuma conexão importante com a sua vida - mas tem. Mesmo quando uma única espécie é retirada dessa complexa teia da vida, o resultado pode ser catastrófico.
O tema do Dia Mundial do Meio Ambiente 2010 (WED 2010, na sigla em inglês) é "Muitas espécies. Um planeta. Um futuro". Este tema reflete o apelo em prol da conservação da diversidade de vida no nosso planeta. Milhões de pessoas e milhões de espécies dividem o mesmo planeta e se agirmos juntos poderemos todos desfrutar de um futuro mais próspero e seguro.
Ao comemorar o Dia Mundial do Meio Ambiente, nos permitimos considerar mais cuidadosamente as atitudes que devemos tomar pelo nosso objetivo comum de preservar a vida no planeta.
Mas vale salientar, que cada um pode cumprir com o seu papel de cidadão não só na biodiversidade, mas em vários outros aspéctos tão simples e urgentes quanto. Por exemplo, não jogando lixo nas ruas, usando menos produtos descartáveis e evitando sair de carro todos os dias.
Vai aqui algumas dicas muito simples para você se inspirar e iniciar seu papel de cidadão ou dar continuidade:

Água
Escovando os dentes - desligue a água enquanto faz a escovação.
Lavando a louça - desligue a água enquanto ensaboa pratos, copos, talheres e panelas.
Tomando banho - nada de banhos muito longos e quando estiver se ensaboando, desligue a torneira.

Energia
Desligue as luzes - ao sair do seu quarto, sala ou cozinha não esqueça de apagar as luzes.
Desligue aparelhos eletrônicos - não deixe a televisão, rádio ou computador ligado caso não esteja sendo utilizado.
Ar condicionado - utilize com moderação!
Lavando roupa suja - dedique dias da semana para lavar a roupa. Assim você utiliza a máquina de lavar em sua capacidade máxima, economizando energia e água ao mesmo tempo.
Passando roupa - também dedique dias da semana para passar roupa. Evitando assim, o liga e desliga.

Lixo
Coleta seletiva - tenha uma atitude bacana. Programe a coleta seletiva na sua casa. É muito fácil, basta separar os lixos em: material orgânico, papel, metal, vidro e plástico.
Desta forma, você estará fazendo uma grande contribuição à mãe natureza, já que este material será reciclado, ou seja, será reaproveitado para a fabricação de novos produtos.

Transportes
As emissões de gases emitidos pelos transportes é muito nociva para a nossa atmosfera. Mas podemos tomar algumas atitudes para contribuir na diminuição da emissão de gases.
Utilizar os transportes coletivos é sempre mais saudável para o planeta. Assim, quanto mais gente utilizar um mesmo veículo melhor. Combinar um rodízio com os vizinhos que se deslocam na mesma direção. Além de ser uma atitude consciente, você aproveita e faz novos amigos!

Site oficial do Dia Mundial do Meio Ambiente 2010: http://www.unep.org/wed/2010/english/

terça-feira, 1 de junho de 2010

TESE: FATORES ASSOCIADOS AO EXCESSO DE PESO EM CRIANÇAS


Alguns resultados da tese de doutorado da nutricionista Leticia Cardoso da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz) associou a falta de exercícios físicos fora da escola e não morar com os pais como fatores que intensificam as chances de crianças e adolescentes matriculados na rede pública municipal de ensino do Rio de Janeiro apresentarem excesso de peso (EP).
O estudo foi apresentado em forma de três artigos. Primeiro, foi feita uma revisão de literatura baseados artigos científicos publicados em periódicos indexados, os quais identificavam fatores sociais, ambientais, psicológicos e/ ou comportamentais associados ao EP entre adolescentes. Os resultados dessa revisão foram publicados na Revista Brasileira de Epidemiologia.
O segundo e o terceiro artigos, em processo de publicação, têm identificou fatores associados ao excesso de peso no nível individual e da escola, bem como descrever as prevalências de perfis de consumo e comportamentos alimentares de adolescentes matriculados na rede pública municipal de ensino do Rio de Janeiro. "A concepção e realização do estudo é fruto de minha participação, desde 2002, num grupo de trabalho que idealizou e implementou o sistema de vigilância de fatores de risco para a saúde de adolescentes matriculados em escolas públicas na cidade do Rio de Janeiro", observa Letícia.
De acordo com Letícia, o excesso de peso, incluindo a obesidade, é considerado um dos maiores problemas de saúde pública na atualidade. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o agravo coexiste com a subnutrição numa escala de epidemia global, denominada globesidade. A obesidade é uma condição de natureza complexa, que afeta todas as idades e grupos socioeconômicos. Segundo estimativas, em 1995, havia cerca de 200 milhões de adultos e 18 milhões de crianças menores de 5 anos obesos no mundo. No ano 2000, o número de adultos obesos aumentou para mais de 300 milhões.
O relatório da Força Tarefa Internacional contra a Obesidade Infantil, divulgado em 2002, revelou que 10% das crianças e adolescentes do mundo apresentavam EP. Essa epidemia não está restrita a países ricos; nos países de baixa e média renda, estima-se que mais de 115 milhões de pessoas sofram por problemas relacionados à obesidade. O excesso de peso tem se tornado um problema grave na Ásia, América Latina e em algumas partes da África, apesar da presença ainda significativa da subnutrição. Estudos conduzidos na América Latina têm mostrado altas prevalências de EP.
Segundo a aluna, resultados mais recentes do Inquérito de Saúde e Nutrição (Ensanut) realizado no México revelaram estimativas de EP ainda mais altas em adultos: 71,9% em mulheres e 66,7% em homens. Também chamam a atenção as prevalências de excesso de peso entre os grupos mais jovens da população: 32,5% e 31,2% entre meninas e meninos de 12 a 19 anos, respectivamente, e cerca de 26% entre crianças com idade entre 5 e 11 anos.
Os resultados do estudo apontam que a frequência de EP nas escolas analisadas variou entre 0 e 50%, e a prevalência média foi de 17,2%. Observou-se que os adolescentes que apresentaram maior chance de EP foram os que estudavam em escolas que não disponibilizavam garfos e facas ou pratos de vidro no refeitório, os que não moravam com ambos os pais, aqueles cujos pais apresentavam 8 a 10 anos completos de estudo (comparados aos que apresentavam 7 anos ou menos e 11 anos ou mais) e ainda, entre aqueles que não realizavam atividade física fora da escola (em pelo menos um dia nos sete dias anteriores à pesquisa).
Letícia explicou que variáveis sociodemográficas e comportamentais dos adolescentes e características da escola apresentaram associação com o EP, reforçando a existência de efeitos individuais e contextuais sobre esse agravo à saúde. "Estudos que identifiquem variáveis contextuais, podem subsidiar ações de prevenção do EP entre adolescentes. Embora a análise da efetividade de intervenções para prevenção e controle do EP apresente resultados por vezes conflitantes, seja analisando intervenções com foco no indivíduo, na família ou no ambiente, um desafio maior é transformar programas de intervenções efetivas em ações presentes nas políticas públicas", destaca.
De acordo com ela, autores que observaram a estabilização e declínio do excesso de peso em seus países sugerem que esses resultados foram alcançados graças ao somatório de esforços em ações específicas mais dirigidas ao público-alvo e ações de maior amplitude que atingem toda a sociedade. Citam como exemplo ações locais em unidades de saúde, nas escolas, clubes para promoção da alimentação saudável e atividade física e ações mais gerais, como o aumento do nível de consciência da população em relação ao sobrepeso, hábitos alimentares e atividade física e a regulação da mídia sobre propagandas dirigidas ao público infantil. "A necessidade da ampliação e integração de ações de diversos setores é, portanto, urgente no cenário nacional", enfatiza Letícia.
Resultados apontam necessidade de intervenções efetivas de políticas públicas
No Brasil, os incrementos do sobrepeso e da obesidade têm sido amplamente documentados desde os anos 80. Resultados de pesquisas de amplitude nacional conduzidas nos anos de 1974 e 1975, 1989 e 2003 revelam "um aumento intenso e contínuo da prevalência de excesso de peso na população masculina, que passou de 18,6% em 1974 e 1975 para 29,5% em 1989, atingindo 41,0% em 2003. Já, na população feminina, a evolução foi distinta; após o aumento de 28,6% para 40,7% observado no primeiro intervalo de tempo (entre 1974 e 1989), houve uma aparente estabilização, com prevalência de excesso de peso próxima a 40% em 2003", destaca Letícia.
Esses agravos também vêm aumentando em ritmo acelerado entre crianças e adolescentes brasileiros ao longo das últimas décadas. Segundo a nutricionista, resultados de dois grandes inquéritos nacionais realizados nos anos 70 e 90 mostram que o sobrepeso aumentou de 4,9% para 17,4% entre crianças de 6 a 9 anos; e de 3,7% para 12,6% entre os jovens de 10 a 18 anos. Segundo a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF, 2002/03), o sobrepeso já atingia 16,7% dos adolescentes brasileiros entre 10 e 19 anos, sendo os meninos o segmento com prevalência de sobrepeso mais elevada (18%) quando comparados às meninas (15,4%). "O excesso de peso é um problema preocupante, não somente porque já afeta uma grande proporção da população, mas também porque tem acometido estratos cada vez mais jovens", adverte.
Fonte:Ensp,saudemovimento